CHACINA:6 mortos de uma mesma família na cidade de Santa isabel

Todas as vítimas eram da mesma família e foram alvejadas com vários tiros

Seis pessoas da mesma família foram mortas e uma está internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua. A chacina ocorreu pouco depois das 4h de ontem, em uma casa localizada na rua São Francisco, sem número, no bairro Novo Horizonte, periferia de Santa Isabel do Pará. Informações coletadas no local do crime apontam que homens encapuzados e vestidos com o fardamento da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), da Polícia Militar do Pará (PM), invadiram a habitação, levaram as vítimas para a sala e fizeram a execução.

Os mortos foram: Ana Maria Moraes, 28 anos; Francisco Moraes (Mazinho), 20 anos; Antônio Aldenir Moraes, de 19 anos; Emerson Moraes, 18 anos; além de uma adolescente de 16 anos e o companheiro dela, Leonardo da Costa Leão, de 20 anos. A única sobrevivente foi Nildene Cristiane, companheira de Mazinho. Até a manhã de ontem a informação era que o estado de saúde dela era grave.

A família parece marcada para morrer. Isso porque ontem completaram-se oito dias que o sobrinho da dona da casa onde ocorreu a chacina, cujo nome não será revelado para preservar a segurança da mesma, identificado apenas pelo nome de Márcio Cleiton, de 24 anos, foi assassinado em Santa Isabel, cinco meses depois que o irmão dela também foi morto no Aurá, em Ananindeua.

No local do crime foi apurado entre a vizinhança e familiares das vítimas que os supostos policiais teriam entrado pelos fundos da casa, arrombado a porta e surpreendendo as pessoas enquanto elas dormiam. Em seguida, separaram a dona da casa e as crianças, de 6, 4 e 1 ano de idade, que foram trancadas no quarto, e depois levaram os adultos para a sala, onde foram executados com tiros de espingarda de calibre 12. No cômodo, após remoção dos corpos, restaram as sandálias e chumaço de cabelo de uma das vítimas, indicando que foram violentadas fisicamente antes do assassinato.

O delegado de plantão em Santa Isabel, Leandro Jorge, esteve no local do crime junto a uma equipe de policiais do município e da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, sob o comando da delegada de plantão Silvia Mara Tavares, para apuração das causas dos assassinatos. Ele informou que as investigações ficarão a cargo da Divisão de Homicídios e ele subsidiará a unidade especializada. "Temos alguns nomes de suspeitos, mas não temos como adiantar, porque será ainda iniciado o processo investigatório", informou a delegada Silvia Mara. Como ação imediata, ela encaminhou para a unidade policial parentes das vítimas para prestarem depoimento.

Por conta da gravidade do crime, o Delegado Geral, Nilton Athaíde, saiu de Belém e foi verificar in loco a ocorrência. Ele teve conhecimento das mortes por volta das 5h e por conta do número de pessoas e todos sendo da mesma família achou prudente ir à casa das vítimas. "O caso será investigado pela Divisão de Homicídios, mas é claro que também contará com apoio da delegacia de Santa Isabel e de qualquer outra que possa ajudar a esclarecer as causas do crime", adiantou. Ele também garantiu proteção policial aos sobreviventes do assassinato, considerando que há informações que toda a família estaria sofrendo ameaças. Segundo os vizinhos, um dos membros da família Moraes teriam matado o parente de policial militar, o que teria motivado a vingança. A informação, no entanto, ainda não é oficial.